COVID-19 PESSOAS A LER ESSE TEXTO!

Jasson Ranon Dantas Pereira. Farmacêutico-Analista Clínico pela UFPB. Conselheiro Regional de Farmácia CRF-PB. Membro da Comissão de Farmácia Comunitária do CRF-PB

Todos já bem estão vivenciando um tempo difícil. Muitas notícias, muitas informações, muitas emoções, muito medo, mas temos que tentar ao máximo seguir a cronologia dos fatos e de outros países para tomarmos principalmente boas decisões em relação à pandemia do COVID-19 (novo coronavírus).

É de conhecimento que tudo começou na China, independente de seu tipo de governo ou liderança, assim como já aconteceu em outras oportunidades a SARS, a MERS, que são doenças classificadas como zoonóticas, doenças que se originam primeiramente da transmissão entre animais e seres humanos. Posteriormente, essa transmissão passa a condição de transmissão humano-humano. Vale ressaltar que nem por isso devemos matar os animais, pois a origem se dá principalmente pelo manejo e consumo inadequados desses animais, como o dito morcego, que tem uma grande variedade de carga viral em sua espécie.

Pois bem, houve o “boom” na China e a partir de então temos um novo coronavírus, sem estudos ou experiência sobre. Tudo que temos é uma corrida contra o tempo utilizando o máximo de informações, estatísticas e vivências médicas para utilizar com o máximo de precisão para evitar a acentuação da curva de disseminação.

É conhecida pela cronologia, a facilidade de transmissão humano-humano. Algo que pode ser facilmente entendido pelos gráficos tempo/número de casos.

Pela vivência dos profissionais da área de saúde, as pessoas acometidas pelo vírus podem ser sintomáticas ou assintomáticas. Dos indivíduos sintomáticos, grande parte deles terá sintomas leves e que se assemelham a uma gripe tradicional e sazonal.

Indivíduos infectados, de acordo com as diretrizes da OMS, podem levar até 14 dias para desenvolver os sintomas ou mesmo positivarem os testes mesmo sem sintomatologia.

Isso demonstra a importância crucial de que cada pessoa deva ser considerada “positiva” até que se prove o contrário, visto que nenhum de nós é capaz de entender com clareza e determinar quem é negativo ou confirmado de portar o COVID-19, sem que haja testes para todos.

Os casos assintomáticos, apesar de terem pela literatura menor carga viral, são também uma grande válvula de disseminação. Talvez a mais silenciosa e perigosa, por não entrar na estatística de notificação.

As notificações de casos são imprecisas, a capacidade de notificação e de realização de testes é por demais restrita e direcionada principalmente aos pacientes mais graves. Os governos aparentemente tem capacidade reduzida de acompanhar a escalada da disseminação ou até podem sofrer com dados imprecisos (subnotificação). Também não há interesse de gerar caos social.

Em virtude disso, podemos deduzir que os números são bem maiores e muitos indivíduos aparentemente normais que não respeitam a restrição de convívio social carregam e disseminam silenciosamente o novo coronavírus.

Muitos passarão ilesos, mas muitos que nós amamos, sem escolha, possuem classificação de risco. Seja por idade, comorbidades, histórico de tabagismo, dentre outros, muitos estão propensos a desfechos ruins. Podemos a partir de pequenos gestos como respeitar a restrição de convívio social, dar a oportunidade da vida a essas pessoas.

Permitindo que o vírus se dissemine com rapidez, provocando uma saturação do sistema de saúde pública, pacientes graves poderão não ter acesso a equipamentos cruciais como respiradores ou até mesmo leitos de UTI, que é de clareza a todos que já sofremos de muitas outras morbidades que necessitam de terapia intensiva.

Evitem o convívio social, evitem a neura da informação ruim e coloquem em prática a prevenção, seja em cuidados pessoais ou de convívio dentro de casa ou na rua quando for estritamente necessário se deslocar para comprar itens estratosfericamente essenciais à sobrevivência.

Se você apresentar sintomas leves como febre baixa não persistente e facilmente controlada por antitérmicos, tosse, espirros, coriza, dores no corpo, fica em casa. Evite passar adiante e sem necessidade. Você provavelmente pode nem ter o coronavírus e de repente se infectar ao ter contato com pessoas no serviço de saúde que realmente tem o vírus ou até ter um quadro leve, passar aos pacientes que não tem e simplesmente ir e voltar para casa pela recomendação médica.

Só se desloque a serviços de saúde se apresentar febre alta e persistente sem controle por antitérmicos, falta de ar, dificuldade respiratória e tosse persistente.

Eu amo várias pessoas que estão em classificação de risco e tenho certeza de que vocês também.

A pergunta que não quer calar é: O que você está fazendo para protegê-las?

Jasson Ranon Dantas Pereira – Farmacêutico

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