Meu filho não cresce. Texto de Valdelene Andrade

Muitas mães chegam ao consultório dos pediatras com essa queixa: meu filho não cresce. E agora?

Crédito: Pinterest

Às vezes a queixa é infundada, pois muitas pessoas comparam seus filhos com outras crianças da mesma idade, esquecendo de verificar o desenvolvimento da própria criança. O fato é que, mais importante do que olhar para os irmãos, primos e filhos de amigos, os pais precisam manter o acompanhamento regular da criança com um pediatra ou em um posto de saúde próximo à sua casa. Essa medida é fundamental para detectar precocemente doenças que venham a comprometer a saúde dos bebês.

Através dos gráficos de crescimento tem-se o diagnóstico de doenças de base importantes que desaceleram o crescimento dos pequenos ou demonstram períodos de comprometimento da saúde como um todo.

Crianças que tem diarreias, doenças respiratórias como asma, intolerância à lactose, alergia à proteína do leite da vaca (APLV) por exemplo, poderão se apresentar com uma curva retilínea ou descendente no gráfico.

Existe ainda a baixa estatura familiar, em que os demais membros da família são “baixinhos”; então, neste caso, não é uma doença. O pediatra vai precisar saber quanto medem os pais biológicos para ter uma noção do que esperar do pequeno paciente.

Existem extremos como o nanismo, em que a criança se apresentará com uma estatura muito abaixo dos percentis de normalidade para a maioria das crianças. Bem como o gigantismo, em que se dará o inverso. Mas é importante saber que serão exceções.

Bebês prematuros ou que tenham nascido de baixo peso, deverão ser acompanhados com maior frequência e vistos de maneira particular, pois fatalmente apresentarão curvas inferiores no peso, estatura e perímetro cefálico. O importante é que continuem em curva ascendente, no seu canal de crescimento.

Caso o pediatra julgue necessário poderá solicitar exames que auxiliem no diagnóstico, tais como: Raio X do punho esquerdo para avaliar idade óssea, hemograma, glicemia, ureia, creatinina, magnésio, fosfatase alcalina, sódio, potássio, reserva alcalina, dosagem do cloro no suor, sumário de urina, parasitológico de fezes, T4, TSH, cálcio, fósforo, proteínas totais e frações, ALT e AST, dosagem de IgA total e Ig A antitransglutaminase, além do GH (hormônio do crescimento) e IgA antiendomisio.

Lembrando que, tais exames não serão pedidos para toda criança que não esteja, segundo a mãe, crescendo. Esse déficit de crescimento deve ser verificado pelo médico, enfermeiro ou nutricionista. Os exames serão pedidos, caso o pediatra ou endócrino pediatra julgue necessário.

O diagnóstico da causa pode ser difícil, pois muitas vezes a combinação de sintomas é variada, ocorrendo junto com urticária, confundindo a Doença Celíaca com urticárias crônicas, por exemplo; ou com APLV.

O certo é que, provavelmente não se terá um diagnóstico preciso em apenas uma consulta, pois se fazem necessárias várias medições da criança pelo menos no período de seis meses para verificar que realmente o crescimento está abaixo do esperado.

Valdelene Nunes de Andrade Pereira. Crédito: Enviado pela autora do texto.
Valdelene Nunes de Andrade Pereira – Autora
Médica pediatra e farmacêutica, mestre em Ciências das Religiões, autora de 4 livros pela Editora Santuário.
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