Novo estudo com antiviral Remdesevir mostra resultados parecidos em tratamentos de 5 ou 10 dias.

Farmacêutica Gilead sugeriu que tratamento mais curto poderia aumentar suprimento limitado do medicamento. Eventos adversos em testes incluíram náusea e agravamento da insuficiência respiratória. Fonte: G1 Bem Estar.

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Em novo estudo publicado pelo “The England Journal of Medicine” nesta semana, cientistas apontam que o antiviral Remdesivir tem resultados parecidos contra a Covid-19 em tratamentos com duração de 5 ou de 10 dias. Os primeiros testes com o uso do remédio foram divulgados no dia 22 de maio e mostraram uma redução no tempo de recuperação dos pacientes graves.

Ainda em maio, a Gilead Sciences, farmacêutica que produz e testa o antiviral, sugeriu que um tratamento mais curto poderia ampliar o suprimento limitado da droga. Esta nova pesquisa comparou os dois períodos, 5 ou 10 dias de administração do remédio, mas sem incluir o placebo. Ou seja: não mostra se há um resultado promissor em relação aos pacientes que não recebem o novo medicamento.

O estudo envolveu 397 pessoas hospitalizadas com Covid-19 grave, sendo que a maioria não precisou usar ventilador. A Gilead disse que 14 dias após o tratamento com a droga intravenosa, 64% dos pacientes tratados por 5 dias e 54% dos tratados por 10 dias apresentaram alguma melhora clínica. Por outro lado, também na marca de duas semanas, 8% dos pacientes no grupo de 5 dias e 11% dos pacientes no grupo de 10 dias morreram.

Os eventos adversos incluíram náusea e agravamento da insuficiência respiratória. A empresa afirmou que 2,5% dos pacientes no grupo de 5 dias e 3,6% no grupo de 10 dias interromperam o tratamento devido a enzimas hepáticas (estado do fígado) elevadas. A Gilead prevê resultados de um estudo com remdesivir em pacientes com Covid-19 moderada ainda em junho.

A FDA, agência responsável pela fiscalização de alimentos e medicamentos dos EUA, concedeu autorização para uso emergencial do Remdesivir em 1º de maio, citando resultados de um estudo diferente realizado pelo National Institutes of Health (NIH).
O Remdesivir, desenvolvido pela farmacêutica Gilead, é um remédio experimental – não foi aprovado para tratar nenhuma doença até agora e não está disponível para compra no Brasil. O medicamento foi originalmente pensado para tratar hepatite, mas não funcionou; também foi testado para o ebola, sem resultados promissores, como reportou o jornal americano “The New York Times”.

Um primeiro estudo publicado em 22 de maio na revista científica “The New England Journal of Medicince” apontou que o medicamento melhora o tempo de recuperação de pacientes de Covid-19 hospitalizados e com infecção do trato respiratório inferior.

Os dados continham uma análise preliminar de um ensaio clínico feito com 1.063 pacientes em 10 países (Estados Unidos, Dinamarca, Reino Unido, Grécia, Alemanha, Coreia do Sul, México, Espanha, Japão e Singapura). A pesquisa foi patrocinada pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos EUA.

As pessoas foram divididas em dois grupos – cerca de metade delas recebeu o remdesivir e a outra metade recebeu um placebo. Os resultados apontam que, entre os que se recuperaram, aqueles que tomaram o Remdesivir tiveram um tempo médio de recuperação de 11 dias, comparados com os 15 dias necessários para os que não receberam o tratamento.

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