Uma das doenças mais prevalentes no mundo, a cárie continua atingindo as crianças, estima-se de acordo com a organização mundial de saúde que 600 milhões de crianças tenham a doença, mesmo que nos últimos anos os índices mundiais tenham sido diminuídos. Por anos e anos, a cárie foi conceituada como uma doença transmissível, mas o que realmente se transmite por contato direto é apenas o microbiota, que isoladamente não causa a doença em si. Ela é causada por erros alimentares, alta ingestão de carboidratos e infelizmente pela falta de escovação. Há a necessidade de mais documentos sobre a prevenção dessa doença tão prevalente, assim como mais informações e orientações de bons hábitos através das visitas regulares ao odontopediatra.
Nenhum dentista conseguirá prevenir cárie, fará o acompanhamento, diagnósticos precoces e ensinará o controle da doença, lembrando que mesmo os açúcares naturais presentes no mel, nas frutas ou nos sucos de frutas (mesmo sem adição de açúcar) tem potencial cariogênico.
Sabemos ainda que a quantidade de flúor presente nos cremes dentais, tem toda a capacidade de proteger as crianças quando estamos diante de um desafio cariogênico, é importante frisar que essa quantidade do flúor no creme é baseada em estudos de anos e anos e que esse contato tópico que ajuda na prevenção da doença, diferentemente de quando se achava, que esse contato com o flúor poderia ser sistêmico, ao ingerirmos vitaminas e complexos que o continham, o efeito dele é juntamente da saliva, proteger contra os ataques ácidos bacterianos.
Suma importância então, sabermos que teremos de conviver com as bactérias que causam a cárie por fazerem parte da nossa microbiota bucal, mas seguindo em equilíbrio, quando não podemos deixar o pH da boca que normalmente é básico, ser interferido com dieta abundantemente ácida que gera todo o desequilíbrio e trás o aparecimento da doença.
A prevenção será sempre a maior arma, necessitamos abordar a respeito da dieta nas crianças, que ela seja pobre em açucarados e carboidratos fermentáveis, há ainda a necessidade em crianças de risco elevado por dieta rica em açúcar, que se aumente o número de escovações diárias, que nenhuma criança durma sem higienizar os dentes de forma adequada, que não faça ingestão de doces ou alimentos pegajosos, que possam ficar presos nas superfícies dos dentes, que não durmam sem higienizar os dentes, além das visitas regulares ao odontopediatra que trará todas as informações necessárias de prevalência, riscos, formas de prevenção.
Cristiane Araújo Maia Silva – Odontopediatria