Brasil é líder no compartilhamento de desinformação sobre medicamentos.

Fonte: ICTQ

Imagem: ICTQ

O Brasil lidera o compartilhamento de desinformação sobre medicamentos contra a Covid-19 no mundo, aponta levantamento feito a partir da base de dados do International Fact Checking Network, rede de especialistas e jornalistas unidos no combate às fake news, revelado pelo blog do colunista do Globo Ancelmo Gois.

A pesquisa está no relatório ‘Scientific (self) isolation’, feito pelos especialistas Caio Vieira Machado, Nina Santos, Luiza Bandeira e João Guilherme Bastos dos Santos, por meio da parceria entre INCT.DD, Laut, Digital Forensic Research Lab e Vero.

Como se não bastasse ser o segundo em mortes por Covid-19 no planeta – 169.541 óbitos (24/11) –, perdendo apenas para os Estados Unidos, e ocupar o terceiro lugar no pódio em número de infectados pelo novo coronavírus (6.088.031 casos confirmados), o Brasil ganhou medalha de ouro em desinformação no meio de uma pandemia.

O País lidera na tentativa de enganar a população com notícias erradas sobre a eficácia de medicamentos. Mais de 70% das fake news criadas sobre a cloroquina, a partir de maio, tiveram origem por aqui, segundo a pesquisa. Parte do próprio presidente Jair Bolsonaro a propagação de algumas notícias falsas sobre o medicamento.

Em agosto, Bolsonaro afirmou que o uso da cloroquina poderia ter salvado as mais de 100 mil vidas perdidas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus até aquele momento. Contudo, não há até hoje comprovação científica da eficácia da droga no tratamento da Covid-19. O texto com a declaração presidencial foi publicado pelo site bolsonarista Pública Brasil no dia 13 de agosto e teve 1,6 mil interações em menos de 24 horas, segundo a Folha de S. Paulo.

Outro detalhe do tipo de desinformação que consta do levantamento revela que os alvos recorrentes das notícias falsas não são o presidente, mais sim os governadores. Das 102 menções feitas a ‘governadores’ em todo o mundo, metade saíram do Brasil.

“Um ponto interessante é que essas informações aparecem em outros paises, mas deixam de circular conforme são desmentidas, enquanto no Brasil elas se tornaram uma pauta essencialmente política. No País, a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada parece partir de figuras com posições políticas claras”, salientou ao blog o doutor em comunicação pela Uerj, João Guilherme Bastos dos Santos, que participou do levantamento.

Diante dos termos usados nas notícias falsas repassadas no País, da insistência em determinados assuntos e a manutenção de certos alvos, há forte evidência de que o Brasil está se distanciando do debate científico em andamento em todo o mundo.

Artigo anteriorVacina contra covid-19 não será oferecida a todos, diz Ministério da Saúde
Próximo artigoCoronavírus PB: boletim de 29.11.2020. Temos um total de 145.212 casos confirmados e 115.012 recuperados. Temos 04 óbitos confirmados, 03 em 24h

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário.
Por favor, digite seu nome aqui