Referência na Paraíba para atendimento a pessoas com lúpus pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh) atende em média 120 indivíduos com a doença todos os meses, entre pacientes novos e em acompanhamento. Boa parte dos pacientes são oriundos do Sertão e Alto Sertão do Estado.
Nesta terça-feira (10), data em que se comemora ‘’o Dia Mundial de Conscientização sobre o Lúpus, o HULW realizou uma atividade de conscientização sobre a doença. O hospital dispõe de dois ambulatórios para tratamento de pacientes com lúpus: um que funciona às terças-feiras e atende pessoas com a doença em geral; e outro que atende às quartas-feiras, mas é voltado a indivíduos com inflamação renal do lúpus.
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune em que o sistema de defesa e equilíbrio do indivíduo se desregula, podendo haver inflamação, dores e danos na pele, articulações, rins, coração, cérebro e olhos, entre outras partes do corpo.
“Dores nas articulações logo pela manhã, que aparecem no indivíduo independentemente de esforço; inchaço nas articulações e dificuldade de se movimentar; manchas que pioram ou aparecem com exposição ao sol e alterações na urina (como urina espumosa ou em volume reduzido) são alguns sinais a que as pessoas devem ficar atentas, pois são indícios de lúpus”, explica a reumatologista Alessandra de Sousa Braz.
Responsável técnica pela Reumatologia do HULW, a médica fez questão de reforçar dois pontos: o Lauro Wanderley é a instituição de referência na Paraíba para atendimento a pacientes com lúpus pelo SUS; a doença precisa ser tratada por especialistas em reumatologia. Importante: para ter acesso a atendimento no hospital-escola, é necessário que o paciente seja encaminhado ao HULW por uma Unidade de Saúde da Família (USF).
“As pessoas só devem procurar médicos que sejam reumatologistas para tratar lúpus, que é uma doença que pode ser simples ou complexa, acometendo principalmente pessoas jovens, e o reumatologista é o especialista apto a lidar com essa doença sistêmica”, afirmou. “Infelizmente, por não serem atendidos por profissionais especializados, muitos pacientes já chegam ao Lauro Wanderley com um quadro grave”, acrescentou Alessandra Braz.
ADESÃO AO TRATAMENTO FAZ GRANDE DIFERENÇA
A ação no HULW foi idealizada pelo grupo “Borboletas da Paraíba”, que reúne pacientes com lúpus, o qual convidou a médica Danielle do Egypto (que é responsável pelo ambulatório de lúpus e de nefrite lúpica) para conversar e tirar dúvidas dos pacientes sobre a doença. A iniciativa contou com distribuição de panfletos e café da manhã, tendo o apoio da Reumatologia do hospital-escola e da Sociedade Paraibana de Reumatologia (cuja presidente é a médica preceptora Maria Roberta Melo, que participou da ação).
“Pele, articulações e rins são as partes do corpo mais afetadas por lúpus, por isso a aderência ao tratamento faz grande diferença. O conhecimento dos próprios pacientes sobre a doença também é muito importante. Cerca de 60% dos pacientes com lúpus têm algum grau de comprometimento renal”, explicou a reumatologista Danielle do Egypto. “Muitas pessoas, inclusive, estão em hemodiálise e a gente precisa tratá-las para tirá-las dessa condição ”, disse.
A reumatologista ainda destacou que pessoas com lúpus devem evitar se expor ao sol (mesmo se for com protetor solar) e precisam fazer alguma atividade física. “A atividade física ajuda no controle da doença, sendo mais fácil esta se manter em remissão naqueles que praticam alguma atividade física regularmente”, esclareceu Danielle do Egypto.