Paciente em estado vegetativo acorda após tomar remédio para insônia

O homem estava na cama há 8 anos. Ao acordar, ele começou a falar, perguntou o que estava acontecendo, quis pedir um fast-food e ainda ligou para seu pai. Por Catraca Livre

Geraldo Bubniak/Agência de Notícias do Paraná Fonte: Agência Câmara de Notícias

Um paciente de 37 anos, que esteve em estado vegetativo por oito anos, ‘acordou’ temporariamente após tomar um comprimido de Zolpidem, remédio indicado para tratar insônia. O caso é raro e foi publicado, na terça-feira, 6, na revista científica Cortex por pesquisadores da Radboud University Medical Center (UMC) e Amsterdam UMC, na Holanda.

Aos 29 anos, o paciente sofreu uma grande privação de oxigênio, após ter engasgado com um pedaço de carne. Por isso, ele perdeu a capacidade de falar, comer e até de se mexer. A falta de oxigênio provocou uma grave lesão cerebral.

“Sua condição é, na verdade, chamada de mutismo acinético, um quadro clínico bastante raro”, disse Hisse Arnts, principal autor do estudo e neurocirurgião residente na UMC (Radboud University Medical Center) de Amsterdã, Holanda.

“Esses pacientes têm um nível de consciência intacto, mas apresentam incapacidade de falar ou mover-se espontaneamente. O paciente está constantemente em um estado de vigília, de profunda apatia, aparentemente indiferente a dor, sede, fome e não mostra emoções”, disse o médico.

De acordo com o artigo, 20 minutos após o paciente ingerir a medicação, o paciente começou a falar, perguntou o que estava acontecendo e se podia pedir um fast-food. Além disso, ele também caminhou um pouco e ligou para seu pai, que não ouvia a voz do filho há 8 anos.

O paciente ficou acordado por mais de 30 minutos, mas voltou ao estado vegetativo. Ele recebeu mais doses do remédio e reagiu positivamente, ficando em atividade por até 2 horas.

Porém, depois de receber as doses do medicamento diariamente, os médicos perceberam uma severa redução na eficácia.

O poder apresentado pelo remédio no paciente em estado vegetativo, ainda é uma questão que os cientistas não sabem explicar completamente.

“Se você pudesse comparar a função do cérebro, por assim dizer, a uma grande orquestra de cordas, em nosso paciente, os primeiros violinos tocam tão alto que abafam os outros membros da orquestra de cordas e as pessoas não podem mais se ouvir. O remédio garante que esses primeiros violinos toquem mais suave para que todos se reproduzam corretamente”, explicou o Doutor Hisse Arnts.

Essa não é a primeira vez que o medicamento apresenta esse resultado. Na literatura médica um caso semelhante é relatado em 1999, na África do Sul. O paciente que estava em estado vegetativo há três anos acordou ao receber uma dose única de Zolpidem.

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