Medicamentos para baixar colesterol podem bloquear coronavírus, diz estudo

Por ICTQ

Imagem: ICTQ

Estudos realizados por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, descobriram que as estatinas, medicamentos para baixar o colesterol amplamente usados, podem reduzir o risco de desenvolvimento de uma forma grave do novo coronavírus (Covid-19). Em análise, os pesquisadores descobriram que a remoção do colesterol das membranas celulares pode estar associada ao impedimento da entrada do vírus nas células.

Ao todo, são dois estudos que reforçam essa tese dos cientistas. No primeiro deles, publicado no periódico científico American Journal of Cardiology, os pesquisadores analisaram prontuários de 170 pacientes com Covid-19 e 5.821 de pessoas sem a doença internadas no hospital UC San Diego Health, entre fevereiro e junho de 2020.

Os dados analisados foram: a gravidade da doença, o tempo de hospitalização, desfecho e administração de estatinas, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRAs) em um período de 30 dias antes da pessoa dar entrada na unidade hospitalar.

No caso dos pacientes com Covid-19, 27% estavam fazendo uso das estatinas de maneira ativa quando foram hospitalizados. Outros 21% utilizavam um inibidor da ECA e 12% tomavam bloqueadores do receptor de angiotensina II. O tempo médio de internação foi de 9,7 dias, segundo matéria publicada pela Veja.

Os resultados revelam que a administração da estatina antes da hospitalização devido à Covid-19 foi associada a uma redução de mais de 50% no risco de desenvolvimento de uma forma grave do novo coronavírus. Além disso, houve uma recuperação mais rápida em comparação às pessoas que não faziam uso desses medicamentos para diminuição do colesterol.

“Descobrimos que as estatinas não são apenas seguras, mas potencialmente protetoras contra uma infecção grave de Covid-19. As estatinas podem inibir especificamente a infecção por SARS-CoV-2 por meio de seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios e capacidades de ligação, pois, isso pode, potencialmente, interromper a progressão do vírus”, revelou a professora e diretora da Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular da UC San Diego Health, Lori Daniels.

Em seguida, outra equipe de cientistas da universidade publicou mais uma análise no periódico científico The EMBO Journal. Desta vez, a pesquisa abordou os mecanismos por trás dessa proteção. A análise concluiu que além da enzima ECA 2, o novo coronavírus precisa do colesterol (normalmente encontrado nas membranas celulares) para se misturar e conseguir penetrar na célula.

Com base nisso, como as estatinas tem como tarefa remover o colesterol dos vasos sanguíneos, mas também auxiliam na remoção da substância das membranas celulares, elas podem ser importantes para promover o impedimento da entrada do vírus nas células, fato que pode ser importante para a prevenção ou redução da gravidade da infecção por Covid-19.

Contudo, vale reforçar que os estudos são preliminares e mais análises precisam ser realizadas para comprovação da eficácia desses medicamentos no tratamento da doença.

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