Países europeus enfrentam aumento de casos de covid-19

França registra mais de 10 mil infecções em 24 horas e bate recorde desde o início da pandemia. Reino Unido tem mais de 3 mil casos pelo terceiro dia seguido. Áustria está no início de uma segunda onda, alerta premiê. Por Deutsche Welle (DW)

Em algumas áreas da França, o uso de máscara facial é obrigatório também nas ruas.

Depois de a pandemia de covid-19 ter dado relativa trégua à Europa, Áustria, França e Reino Unido estão entre os países do continente que lutam contra um novo aumento das infecções. Algumas nações ainda batem recordes diários e já falam em uma segunda onda de contágios.

Neste domingo (13/09), o Reino Unido registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de 3 mil casos confirmados de coronavírus em 24 horas – tal sequência não era vista desde maio. Foram 3.330 novas infecções, elevando para 10 mil o total dos últimos três dias, informou o Departamento de Saúde britânico.

Embora parte dessa alta nos casos se deva a um aumento nos testes, está claro que o vírus tem se espalhado pelo país nos últimos tempos. O número diário de infecções mais que dobrou em comparação com algumas semanas atrás, gerando preocupações de uma segunda onda.

“Acho que podemos dizer que estamos à beira de perder o controle”, declarou Mark Walport, ex-conselheiro científico do governo britânico, à rádio BBC.

Na tentativa de controlar a crise, autoridade britânicas endureceram algumas restrições à vida cotidiana. Por exemplo, reuniões sociais entre mais de seis pessoas, tanto em lugares abertos quanto fechados, estarão proibidas na Inglaterra a partir desta segunda-feira, e quem infringir as regras estará sujeito a multa.

O número diário de mortes em decorrência da covid-19 continua baixo, mas há preocupações de que o aumento nos casos, mesmo ocorrendo principalmente entre os mais jovens, leve a um crescimento das hospitalizações nas próximas semanas e, potencialmente, dos óbitos.

E também há temores sobre o avanço da covid-19 entre idosos, que são mais vulneráveis à doença. Neste sábado, dos mais de 3 mil casos confirmados pelo governo, cerca de um terço foi registrado em lares de idosos, onde o vírus ressurgiu, informou o jornal Sunday Times.

Ao todo, mais de 370 mil pessoas foram infectadas pelo coronavírus até o momento no Reino Unido, enquanto mais de 41 mil pacientes morreram em decorrência da doença.

França é outro país que tem registrado altas preocupantes nos casos. Autoridades francesas reportaram mais de 10.500 novas infecções neste sábado, mil a mais que o registrado na véspera. O número diário é o mais alto no país desde o início da pandemia.

O número de pacientes hospitalizados também voltou a crescer. Segundo dados de sábado, 2.432 pessoas foram internadas com o vírus – 75 a mais que no dia anterior. Desses, 417 pacientes estão em unidades de terapia intensiva (UTIs).

O governo francês reportou ainda 17 mortes em decorrência da covid-19 em 24 horas, somando mais de 30 mil vítimas desde o início da pandemia – é o sétimo país com mais mortos no mundo. Ao todo, mais de 402 mil pessoas foram infectadas no país.

Já na Áustria, o chanceler federal Sebastian Kurz afirmou neste domingo que o país está enfrentando o “início de uma segunda onda” e, por isso, pediu aos cidadãos que cumpram as medidas recém-endurecidas pelo governo para conter a recente alta nos casos.

A Áustria teve uma primeira onda de contágios relativamente bem-sucedida, mas se uniu à lista de países europeus que enfrentam um aumento nas infecções nas últimas semanas. Foram registrados 869 casos na última sexta-feira, número mais alto desde o final de março.

No mesmo dia, Kurz anunciou que o governo decidiu reimpor medidas anticoronavírus, como o uso obrigatório de máscaras em lojas.

Cerca de metade das novas infecções ocorre na capital austríaca, Viena, mas os contágios estão avançando em todo o país, alertou o chanceler federal. Ele disse que muitos cidadãos estão sendo infectados em reuniões familiares, festas de aniversário e outros eventos privados, e acrescentou que “essas infecções são geralmente levadas ao local de trabalho”.

Por isso, ele sugeriu às empresas que mantenham seus funcionários trabalhando de casa, se possível, mencionando “boas experiências” com o home office em algumas companhias do país.

Kurz ainda previu que a situação deve voltar à normalidade no próximo verão europeu, “mas, até lá, o outono e o inverno serão muito desafiadores”.

A Áustria, que tem cerca de 8,9 milhões de habitantes, soma mais de 33 mil casos de coronavírus até o momento, além de 750 mortes.

República Tcheca, por sua vez, bateu seu terceiro recorde consecutivo de casos diários neste domingo, ao registrar 1.541 infecções em 24 horas. Foi ainda o quinto dia seguido com mais de mil novos casos, num país com 10,7 milhões de habitantes.

Em relação à população, o país reportou 94 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. Somente Espanha e França registraram um número maior no mesmo período.

O epidemiologista Roman Prymula, comissário do governo tcheco para ciência e pesquisas em saúde, afirmou neste domingo, em um programa de televisão, que o país já vive uma segunda onda de infecções, e as hospitalizações poderiam crescer.

Ao todo, mais de 35 mil pessoas foram infectadas pelo vírus na República Tcheca, enquanto 456 morreram, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

A Deutsche Welle (DW) é a emissora internacional da Alemanha e um dos meios de comunicação internacionais de maior sucesso e relevância

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