Recém-anunciada como segura e eficaz na segunda fase de testes clínicos, a potencial vacina para COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, será produzida em larga escala no Brasil. O acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a AstraZeneca, biofarmacêutica global que está produzindo o composto, foi assinado na última sexta-feira (31) e prevê a produção de 100 milhões de doses.
Vacina de Oxford será produzida no Brasil
Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das iniciativas mais avançadas do mundo, a AZD1222, potencial vacina contra o novo coronavírus, está sendo testada no Brasil, e na época em que os testes foram anunciados, já havia conversas sobre a possibilidade disso garantir uma produção nacional – algo que foi confirmado pelo novo acordo entre o Ministério da Saúde e a AstraZeneca.
Segundo a nota da Fiocruz, o documento estabelece a transferência de tecnologia e a produção de 100 milhões de doses da vacina de Oxford no Brasil caso a eficácia dela seja confirmada. Para isso, haverá o repasse de R$ 522,1 milhões para o processamento da vacina, R$ 1,3 bilhão para se ter o principal ativo da vacina e a tecnologia necessária para a produção.
Além disso, para que se façam as adaptações necessárias nas áreas de produção e controle de qualidade do local que produzirá o composto (que será o Instituto de Tecnologia e Imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro), está previsto também um investimento de R$ 95,6 milhões. O objetivo, segundo a nota, é o de “ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população”.
Após ter eficácia e segurança comprovadas na fase 2 de testes clínicos – que envolve a análise da produção de anticorpos pelo organismo, mas não expõe os voluntários ao SARS-CoV-2 –, a vacina de Oxford precisa passar pela fase 3. Esta, por sua vez, consiste na testagem em larga escala e na posterior análise do percentual de pessoas que contraíram a doença após receber o composto.
Caso a última fase seja finalizada com resultados positivos, o acordo entre a Fiocruz e a AstraZeneca prevê o acesso a 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro, e as outras 70 milhões ao longo dos primeiros trimestres de 2021. Ela será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, garante que a vacinação contra COVID-19 seja gratuita.