Fiocruz desenvolve sistema de tratamento de ar emergencial para UTIs

Aparelho foi montado em apenas 10 dias e segue regras da ABNT - Por Agência Brasil

Crédito: Erasmo Salomão MS

A partir de componentes convencionais fabricados em série no Brasil e sem a necessidade de mão de obra altamente qualificada para a instalação, a Fiocruz desenvolveu um aparelho emergencial eficiente e de baixo custo para tratar o ar em unidades de terapia intensiva (UTI).

Montado em apenas dez dias, o aparelho segue regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a quantidade e qualidade do ar fornecido, contribuindo para reduzir os riscos de infecção no ambiente hospitalar. O projeto foi desenvolvido pela equipe da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz) e é liderado pelo engenheiro mecânico Bruno Perazzo Pedroso Barbosa.

Perazzo explica que a equipe foi motivada pela emergência da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19, que aumentou a demanda por esse tipo de aparelho, bem como a dificuldade de regiões mais pobres do país de ter acesso ao equipamento de tratamento do ar.

“Quisemos dar uma resposta rápida e simples para uma questão difícil. Os aparelhos foram concebidos para uma vida útil de até quatro meses e são rápida e facilmente instalados e operados. É uma solução de emergência, não é evidentemente definitiva ou de longa duração, mas que resolve um problema imediato em muitos municípios menos favorecidos.”

Patente

Segundo a Fiocruz, o aparato foi o primeiro da instituição a receber o registro de patente, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade industrial (Inpi) em junho. De acordo com Perazzo, o protótipo passou nos testes e tem a capacidade de fornecer ar tratado compatível para cada leito de UTI ou para cada 15 metros quadrados de CTI.

Aparelho desenvolvido pela Fiocruz para tratamento de ar em UTIs
Aparelho desenvolvido pela Fiocruz para tratamento de ar em UTIs – Divulgação/Fiocruz

“A avaliação mostrou que o aparato teve desempenho estável, rodando dia e noite sem apresentar problemas. De lá para cá já são mais de 60 dias em que continua funcionando. A vazão de ar filtrado caiu cerca de 13%, o que não é muito e está dentro da margem de segurança projetada, significando que o aparelho permanece atendendo ao que foi proposto.”

A Fiocruz busca agora parcerias para viabilizar a produção, distribuição e instalação do equipamento em larga escala. De acordo com a coordenadora de Gestão Tecnológica (Gestec) da Fiocruz, Carla Maia Einsiedler, dez empresas já demonstraram interesse na fabricação do aparelho.

“Essa invenção tem tudo a ver com o cenário da covid-19. O importante agora é atrair empresas interessadas em firmar essa parceria e assim garantir o fornecimento do aparelho ao SUS, o Sistema Único de Saúde. Dez empresas já manifestaram interesse e estão em contato conosco”, disse Carla.

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