Doenças respiratórias causaram maioria das internações em 2019.

As doenças do aparelho respiratório representaram, no ano passado, o maior número entre as causas de internações hospitalares de usuários dos planos de saúde. Problemas respiratórios levaram a 506,9 mil internações, o que representa 5,9% das causas. O resultado está no Mapa Assistencial da Saúde Suplementar.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que divulgou o mapa nesta quarta-feira (1º), o documento será um importante indicador para acompanhamento na próxima edição, porque permitirá verificar o impacto da pandemia de covid-19 nos serviços de saúde em 2020.

Entre as maiores causadoras de internações, aparecem em segundo lugar as doenças do aparelho circulatório, com 493,3 mil ocorrências.

Em consultas, exames e internações no ano de 2019, os beneficiários de planos de saúde passaram por 1,62 bilhão de procedimentos. De acordo com a ANS, houve aumento de 2,4% em relação aos procedimentos de 2018, que totalizam 1,57 bilhão.

O Mapa Assistencial indica ainda que o número de consultas médicas por beneficiário teve pouca diferença de um ano para o outro, passando de 5,9 em 2018 para 6 em  2019. A especialidade de clínica médica liderou o número de ocorrências, com 29.960.232 procedimentos em 2019 (13,6%). Ginecologia e obstetrícia, com 19.092.012 ocorrências (8,7%), e pediatria, com 16.508.478 ocorrências (7,5%), vêm na sequência.

Pelo levantamento, o maior aumento percentual em relação a 2018 foi nas consultas em oncologia, que ficou em 15,3% na comparação com o ano anterior.

Outros atendimentos ambulatoriais, que incluem consultas ou sessões realizadas por profissionais não médicos, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e nutricionistas, de forma agregada, caíram de 3,5, em 2018, para 3,4 em 2019. Conforme o mapa, a maior variação foi nas consultas com terapeutas ocupacionais e consultas com psicólogos por beneficiário. Entre os terapeutas ocupacionais, a alta foi de 23,2% e, entre os psicólogos, de 19,3% no segundo caso, também na comparação de 2018 para 2019.

Nas terapias com métodos de tratamento em regime ambulatorial, de caráter eletivo, urgência ou emergência, como transfusões, quimioterapia sistêmica, radioterapia por megavoltagem, hemodiálise aguda e crônica e implante de dispositivo intrauterino (DIU), a média foi de 1,5 atendimento por beneficiário em 2019. A hemodiálise crônica liderou com 2.501.393 ocorrências.

Nos exames, houve aumento de 6,4% no número absoluto em relação a 2018, com variação de 18,5 para 19,7 em 2019. A liderança foi das radiografia, com 31.660.168 ocorrências em 679 por mil beneficiários, vindo, em seguida, os exames de hemoglobina glicada, com 15.736.523 ocorrências em 337 por mil usuários, e ressonância magnética, com 8.338.409 atendimentos para 179 por mil beneficiários.

O número de internações por mil beneficiários cresceu 6,4% em relação a 2018, ao subir de 180,1 para 192 por mil beneficiários em 2019. Entre as internações clínica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica, a mais frequente no ano passado foi a cirúrgica, com 3.761.426 ocorrências, com maioria para as bariátricas (52.699).Nas internações em hospital-dia para saúde mental. houvr queda de 10,7% no total.

O Mapa Assistencial analisa ainda os procedimentos para diagnóstico e cuidado de condições crônicas como diabetes e hipertensão arterial. Conforme os dados, de 2018 para 2019, o número de exames de hemoglobina glicada, utilizado para diagnosticar e acompanhar o diabetes mellitus, teve um aumento de 16,4% ao registrar no ano passado 337,5 mil exames por mil beneficiários. Nos exames Holter 24 horas realizados pelos planos de saúde, o Mapa indicou aumento de 10,9% no número. Em 2019, foram realizados 31,1 exames por mil beneficiários.

De acordo com a ANS, a análise é importante porque sinaliza para o aumento dos exames para diagnóstico e acompanhamento do diabetes e hipertensão arterial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado do diabetes e da hipertensão pode reduzir os riscos cardiovasculares decorrentes de tais condições.

Para o diretor-presidente substituto, Rogério Scarabel, o novo formato do Mapa da ANS, em painel dinâmico, dá mais transparência e acesso às informações de produção assistencial do setor. O envio dos dados pelas operadoras à ANS é obrigatório.

“O formato confere mais transparência aos dados e interatividade aos leitores e já vem sendo utilizado em outras publicações da ANS. Também traz mais informações que a publicação tradicional, incluindo um anexo com indicadores de produção odontológica, que não eram apresentados na versão anterior. Informação de qualidade sobre os procedimentos e eventos realizados pelos beneficiários de planos de saúde é fundamental para a promoção da coordenação das ações em saúde e gestão da saúde populacional”, disse Scarabel.

O mapa foi lançado em 2012 para divulgar a produção assistencial prestada pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde a partir das informações enviadas pelo Sistema de Informações de Produtos (SIP) e consolidadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

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