Covid-19 e a Oncologia.

Fonte: Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Sociedade Europeia de Oncologia Médica

Através de uma colaboração entre site Por Falar em Saúde e a Liga Paraibana para o Estudo do Câncer(ONCOLIGA) da Universidade Federal da Paraíba, recebemos o texto abaixo para nosso Espaço Ciência.

PACIENTE COM CÂNCER É GRUPO DE RISCO?

Os dados disponíveis indicam que os idosos são mais vulneráveis, com condições de saúde subjacentes, como doenças respiratórias crônicas, cardiovasculares ou doença renal crônica, diabetes, câncer ativo e doenças crônicas mais graves.

Entre as condições que predispõem a uma possível maior gravidade da infecção está o câncer. Pacientes oncológicos têm, frequentemente, uma diminuição da imunidade por conta da própria doença, por um estado debilitado de recuperação pós-cirúrgica ou pelo efeito imunossupressor de alguns tratamentos, como quimioterapia, cortisona, transfusões de sangue e radioterapia.

Assim, quando um paciente imunossuprimido adquire a infecção pelo coronavírus, o risco de uma evolução mais agressiva da doença é significativo e o de morte, maior, como já documentado.

QUAIS OS PACIENTES ONCOLÓGICOS DE MAIOR RISCO?

  • Com neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo);
  • Que passaram por transplante de medula óssea;
  • Em tratamento com quimioterapia ou que recebeu quimioterapia nos últimos 3 meses;
  • Que recebem radioterapia extensa.

Embora certamente nem todos que estão em tratamento contra um câncer sejam imunossuprimidos, é imperativo que se tomem precauções para evitar a infecção e, em ocorrendo, que estes pacientes sejam acompanhados de maneira imediata e muito próxima pela sua equipe médica.

RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA:

Aos pacientes com câncer:

  • Não interromper seus tratamentos oncológicos;
  • Evitar contato físico, como cumprimentar com beijos e abraços;
  • Evitar contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais e/ou que esteja em investigação para possível infecção pelo coronavírus;
  • Evitar contato com pessoas que estejam chegando do exterior, com ou sem sintomas gripais;
  • Caso apresente um dos seguintes sintomas, contatar seu médico: febre, coriza, tosse seca, falta de ar, dor de garganta.

No hospital:

  • Evitar contato físico direto, mesmo com o seu médico e a equipe de saúde;
    • Tome a mesma atitude com todas as pessoas circulando pelo ambiente hospitalar.
  • Evitar ambientes fechados e aglomerações;
    • Permaneça somente o tempo necessário em ambiente hospitalar.
  • Pacientes que vão a um centro de tratamento oncológico devem ir acompanhados de apenas uma pessoa, e este acompanhante não pode apresentar nenhum sintoma de gripe;
  • Visitas hospitalares devem se restringir àquelas estritamente necessárias.

À população geral:

  • Manter a higiene das mãos, lavando-as com sabonete por pelo menos 40-60 segundos ou higienizando-as com álcool em gel 70% por 20-30 segundos, diversas vezes ao dia;
  • Cobrir com o antebraço o nariz e boca ao tossir ou espirrar;
  • Evitar ambientes fechados e principalmente aglomerações. Eventos com grande público estão sendo cancelados e desencorajados em todo o mundo;
  • Pessoas com qualquer sintoma suspeito de gripe e que tiveram contato com terceiros na mesma condição ou com diagnóstico confirmado de COVID-19 devem evitar, ao máximo, aproximar-se de pacientes com câncer.

QUAIS AS MUDANÇAS NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO?

As decisões para o início ou continuação do tratamento devem ser discutidas tanto para pacientes não infectados quanto para pacientes com SARS-CoV-2 positivo, se forem sintomáticos ou não. Para serem tratados ou iniciar o tratamento, o paciente deve estar disposto a fazê-lo após uma explicação adequada de risco / benefício.

Alguns tipos de tratamento podem demorar, a fim de proteger o paciente do risco de infecção. É importante entender que, em muitos casos, é perfeitamente seguro adiar um pouco o tratamento, e o médico apenas o sugere se for do interesse do paciente.

Mantenha contato próximo com o médico por telefone e e-mail, para que possa aconselhar sobre quaisquer alterações em seu plano de assistência. Se o paciente desenvolver sintomas de COVID-19, a prioridade médica será isolá-lo e tratar a infecção por COVID-19 em vez do câncer. O tratamento contra o câncer será retomado assim que o paciente se recuperar do COVID-19.

Ir ao hospital durante a pandemia pode colocar o paciente em risco de infecção. Para mantê-lo seguro, pode haver adaptações para o tratamento contra o câncer, objetivando reduzir o tempo gasto em um ambiente hospitalar e, ao mesmo tempo, prestar os cuidados necessários

“As alterações no tratamento do câncer durante a pandemia de COVID-19 foram projetadas para mantê-lo o mais seguro possível!”

Fonte: Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Sociedade Europeia de Oncologia Médica

Artigo anteriorOMS comemora a Semana Mundial de Imunização, entre 24 e 30 de abril.
Próximo artigoCoronavírus BR: boletim 30.04.2020. Temos 85.380 casos; 42% dos pacientes recuperados. Em 24 horas temos 435 novos óbitos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário.
Por favor, digite seu nome aqui