Alcoolismo é uma doença e requer cuidados especiais

Quando a cerveja depois do trabalho vira algo rotineiro e se estende para outros momentos, pode ser um claro sinal de dependência química. O alcoolismo é uma doença que afeta famílias por todo o Brasil e um levantamento do IBGE revela que 19,9 milhões de pessoas com mais de 18 anos consomem mais de quatro doses de álcool por dia.

A psicóloga especializada em dependência química pela USP, Vivian Weinz, explica que o alcoolismo não tem cura, mas pode ser controlado. “A recuperação precisa estar sempre em manutenção a partir do momento que o paciente entra em tratamento, porque a recaída pode se dar a qualquer tempo”, afirma.

Saiba como identificar os sintomas

O principal sintoma da dependência é a perda do controle e, normalmente, a pessoa só se dá conta quando o vício começa a afetar outras áreas da vida, como o trabalho, o controle financeiro e a relação familiar. “Só depois de muitas perdas importantes e significativas é que ele se dá conta de que precisa de um tratamento”, explica a psicóloga.

A afirmação “eu paro de beber quando eu quiser” é recorrente entre as pessoas que começam a apresentar sinais de descontrole sobre o consumo de bebida alcoólica. Mas Weinz alerta para o fato de que a doença é lenta, progressiva e fatal. “Começa com um uso recreativo, depois vira abusivo e, finalmente, uma dependência”, afirma.

De acordo com a especialista, há também uma predisposição genética que facilita o desenvolvimento da doença. “Pessoas que têm antecedentes históricos na família e não prestam atenção aos hábitos, podem desencadear uma dependência”, diz Weinz.

Como ajudar quem sofre da doença

Se engana quem pensa que o alcoolismo é um problema apenas de quem sofre com a doença. Também é importante que os familiares procurem ajuda, sobretudo psicológica, para que seja possível apoiar o ente adoecido. “Em uma casa onde há um dependente químico, a família também se descontrola”, explica a psicóloga.

Esconder a bebida ou mesmo apelar para medidas mais drásticas, como quebrar garrafas ou impedir que o familiar saia de casa, não é recomendado. “O paciente entra em recuperação à medida que ele se conscientiza, o familiar não pode fazer por esse indivíduo mais do que ele próprio”, finaliza Weinz.

De acordo com Tadeu T. B., porta-voz da organização Alcoólicos Anônimos, é importante que os familiares evitem discussões com o adoecido no momento em que ele esteja sob efeito da substância. “Quando ele está alterado ou ansioso para a próxima bebida, a discussão traz resultados negativos e aciona todos os mecanismos de defesa dessa pessoa”, explica.

 

FONTE: R7.com

Artigo anteriorMinistério da Saúde faz consulta pública sobre novo tratamento para Tuberculose
Próximo artigoSaúde da capital realiza ação de prevenção ao suicídio com idosos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário.
Por favor, digite seu nome aqui