Criação de políticas públicas para incentivar doação de órgãos é tema de debate na ALPB

A Comissão de Saúde, Saneamento, Assistência Social, Segurança Alimentar e Nutricional da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta segunda-feira (2), audiência pública para debater o transplante de órgãos no estado. O evento, proposta pelo deputado Dr. Érico (PPS), aconteceu no plenário Deputado José Mariz e teve como principal objetivo discutir a implementação de políticas públicas para incentivar a doação de órgãos.

Dr Érico, que é presidente da Comissão de Saúde da ALPB, ressaltou que a audiência é uma iniciativa do Setembro Verde, movimento alusivo à doação e transplante de órgãos. “Já tivemos uma conversa desde o semestre passado com alguns colegas que fazem transplante aqui na Paraíba, uma vez que o Estado tem um baixo número de doação. Então, temos estrutura para realizar, temos profissionais capacitados e, portanto, precisamos potencializar, fomentar e desmistificar esse importante tema”, comentou o deputado

O deputado Taciano Diniz (Avante) destacou que a principal importância da audiência é a conscientização da sociedade para o tema. “Vem crescendo o número de doadores e transplantes na Paraíba. Mas, ainda temos uma vasta fila de pacientes catalogados na espera para o transplante. A importância pessoal do doador é que ele está doando uma vida para um novo ser humano, para o seu ente querido ou para um cidadão. O principal intuito é esse: o doador só pode fazer isso em vida. Não pode deixar por escrito, tem que ter o seu consentimento e em vida ‘fazer’ essa doação”, destacou.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram realizados na Paraíba, até o mês de setembro deste ano, 131 transplantes no total, sendo 102 de córnea, 18 de rim e 11 de fígado. Já na lista de espera, a secretaria informa que existem atualmente 342 pacientes de córnea, um de coração, sete de fígado e 283 de rins.

Para o coordenador da equipe de transplante do Hospital Nossa Senhora das Neves, Rafael Maciel, o apoio dos Poderes contribui para melhorar o índice de doação de órgãos no estado. “A gente tem os melhores serviços de transplante na Paraíba, seja de coração, medula óssea, rim, fígado e, infelizmente, nosso índice de doação é muito baixo. Por milhão de população, Pernambuco faz 20 doações, Ceará faz 30, Paraná faz 41, e a Paraíba apenas 2,3. Então, nós precisamos mudar isso e contamos com todo mundo, inclusive com a Assembleia”, declarou.

O secretario estadual da Saúde, Geraldo Medeiros, explicou que é fundamental realizar campanhas para sensibilizar a sociedade na permissão da doação de órgãos em casos de morte encefálica. “Quando o cérebro morre e o coração ainda está batendo, isso significa morte. E os familiares têm que ter essa percepção de que a partir do momento que eles liberam os órgãos do seu ente querido, eles salvam cinco pessoas”, concluiu.

Também participaram da audiência pública os deputados Cabo Gilberto Silva e Trócolli Júnior; o superintendente do Hospital Nossa Senhora das Neves, Luis Renato Liveri; o diretor da Central Estadual de Transplantes da Paraíba, Luiz Gustavo César; o presidente da Associação de Renais Transplantados e Doadores da Paraíba, Carlos Roberto da Silva Lucas; o diretor técnico do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, Antônio Pedrosa; o cirurgião transplantador do Hospital Nossa Senhora das Neves, Cláudio Lacerda; e o representante da Sociedade Paraibana de Medicina Intensiva (Sopami), Igor Mendonça do Nascimento.

 

Da redação com PAUTAPB

Artigo anteriorPsicóloga pessoense radicada no Paraná profere palestra no Clementino Fraga em João Pessoa
Próximo artigoSecretaria de Saúde da PB realiza processo seletivo para Técnico em Vigilância em Saúde

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário.
Por favor, digite seu nome aqui