As equipes do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) da Secretaria de Saúde de João Pessoa realizam, mensalmente, uma média de mil visitas aos pacientes restritos ao leito. Desde janeiro deste ano, o serviço foi ampliado, passando a funcionar todos os dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados, para melhor atender aos usuários, que antes só eram visitados durante a semana.
O SAD integra o Programa Melhor em Casa, do Ministério da Saúde, e tem a finalidade de trabalhar a desospitalização, diminuindo o tempo de permanência nos hospitais e nas unidades de pronto atendimento, por meio de um cuidado integral e humanizado no ambiente domiciliar. Ou seja, atende pacientes que podem receber alta do hospital, porém necessitam da continuidade dos cuidados em casa.
Atualmente, o serviço possui cerca de 300 pacientes admitidos e um deles é dona Severina Rodrigues, de 85 anos. Ela passou a ser atendida pelo SAD após receber alta de uma unidade de pronto atendimento (UPA) da Capital e precisar de acompanhamento médico em sua residência por conta de escaras, que são feridas na pele comuns em pessoas acamadas por permaneceram muito tempo na mesma posição. A idosa foi diagnosticada com mal de Alzheimer há 15 anos.
“Há três meses que ela é atendida pelo SAD e tem sido um alívio muito grande pra mim, porque não precisamos levá-la ao hospital já que a equipe faz a visita semanalmente e me orienta em relação a todos os cuidados”, contou Fabiana Rodrigues, filha e cuidadora de dona Severina.
Nas visitas, os pacientes são atendidos de acordo com suas necessidades. No caso de dona Severina, o acompanhamento é realizado por uma médica, enfermeira, técnica em enfermagem e nutricionista. “Todos são muito pontuais com as visitas e muito atenciosos com ela. Só tenho a agradecer”, afirmou Fabiana.
“É uma satisfação fazer parte da equipe do SAD, pois podemos conhecer de perto a realidade do paciente e contribuir com sua reabilitação. Em cada visita, buscamos oferecer a melhor assistência possível, pois preconizamos a qualidade do atendimento”, destacou Paulianne do Bú, médica que acompanha dona Severina.
Serviço – Para prestar assistência a seus usuários, o SAD conta com aproximadamente 80 profissionais, distribuídos em sete equipes multiprofissionais de atenção domiciliar (médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas) e três equipes multiprofissionais de apoio (nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos e farmacêuticos).
De acordo com a gerente do SAD, Gilanne Ferreira, para ter acesso ao serviço os pacientes devem ser encaminhados, principalmente, pela rede hospitalar. “A origem principal deve ser das UPAs ou dos hospitais, com o objetivo de promover uma maior desospitalização. Ou seja, atendemos pessoas que, estando em estabilidade clínica, necessitam de atenção à saúde em situação de restrição ao leito de maneira temporária ou definitiva, tendo em vista a ampliação da autonomia do usuário, da família e do cuidador”, destacou Gilanne.
Em casos de pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção, mas que não estão no perfil de desospitalização, a assistência será prestada pela equipe de sua unidade de saúde da família de referência. Covid-19 – Neste período de pandemia do coronavírus, o SAD segue todos os protocolos para o atendimento dos pacientes acamados diagnosticados com Covid-19 e aqueles que ficaram com sequelas. “A equipe vai paramentada, com máscara, face shield e realiza toda a higienização entre uma visita e outra. Também fazemos telemonitoramento, por telefone e videochamada, para avaliar o paciente e realizar orientações gerais”, explicou a coordenadora do serviço.
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Texto: Thibério Rodrigues
Edição: Cristina Cavalcante
Fotografia: Ivomar Gomes