Não deixe ninguém para trás. Equidade no acesso aos cuidados paliativos” é o tema do I Encontro da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh. O evento é aberto ao público em geral e será realizado nesta quarta-feira (6) às 19h, de modo on-line pela plataforma Teams. As inscrições podem ser feitas por meio de formulário eletrônico.
A atividade no Lauro Wanderley é uma iniciativa em apoio à Campanha do Dia Mundial de Cuidados Paliativos. A data é celebrada anualmente no segundo sábado de outubro e foi criada pela The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que atua no desenvolvimento de cuidados paliativos em todo o mundo. Confira aqui a programação do evento no HULW.
De acordo com a odontóloga Sabrina Sales, que é presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do HULW, o objetivo da campanha mundial é mostrar porque os cuidados paliativos devem ser incluídos nos planos e orçamentos dos países para reconstruir cuidados melhores, além de reforçar a ideia de que os governos devem financiar os cuidados paliativos para todos.
“Nosso evento visa a fortalecer a abordagem de cuidados paliativos e a esclarecer as atribuições da Comissão de Cuidados Paliativos do HULW entre os profissionais de saúde, residentes e estudantes. Para isso, contaremos com a participação de palestrantes renomados, abordando temas diversos, como equidade no acesso aos cuidados paliativos, critérios de elegibilidade, legislação brasileira e a importância de um serviço de cuidados paliativos em um hospital”, afirma. Atualmente, o hospital-escola da UFPB possui 33 profissionais especialistas em cuidados paliativos.
Associar cuidados paliativos à fase terminal da vida é equívoco
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos “consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”.
Sabrina Sales explica que, muitas vezes, o termo “cuidados paliativos” é associado, de forma equivocada, a uma fase terminal de vida e que pouco pode ser feito. “Estes conceitos equivocados trazem um enorme prejuízo ao cuidado do paciente e ao apoio à família, pois o assunto fica colocado de lado e praticamente ausente das conversas e decisões terapêuticas”, afirma.
Para a presidente da Comissão de Cuidados Paliativos (CCP) do HULW, quando se tem um diagnóstico de uma doença grave, a atuação de uma equipe multiprofissional desde o início é essencial para que todos os problemas sejam amenizados e haja uma melhor qualidade de vida para o paciente e seus familiares.
“O paciente de cuidado paliativo não necessariamente é um paciente terminal. Os cuidados paliativos podem ser implementados desde o diagnóstico da doença até o apoio à família ao luto, estando presente em todas as etapas da doença, protegendo, aliviando as dores, amenizando o sofrimento e podendo caminhar junto aos cuidados curativos apoiando as equipes assistenciais”, esclarece Sabrina Sales. A especialista do HULW acrescenta que a elegibilidade do paciente para os cuidados paliativos segue parâmetros objetivos, baseados em evidências científicas, que auxiliam a equipe no diagnóstico e na elaboração de um plano individualizado de cuidados.
Os cuidados paliativos deverão ser ofertados em qualquer ponto da Rede de Atenção à Saúde: na Atenção Básica, na Atenção Domiciliar, na Atenção Ambulatorial, na Urgência e Emergência e na Atenção Hospitalar. Cada unidade da rede tem a sua responsabilidade no atendimento integral ao paciente e apoio à família. “As unidades de Urgência e Emergência prestarão cuidados no alívio dos sintomas agudizados, focados no conforto e na dignidade da pessoa e a Atenção Hospitalar será voltada para o controle de sintomas que não sejam passíveis de controle em outro nível de assistência”, explica Sabrina Sales.
Angélica Lúcio – Jornalista HULW-UFPB/Ebserh