Vacina da gripe reduz efeitos graves da covid-19, indica estudo

Pessoas com covid-19 vacinadas contra a gripe apresentam menor probabilidade de precisar de UTI. Fonte: Catraca Livre

Imagem: Freepik

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, indica que a vacina da gripe comum pode prevenir contra os efeitos graves da covid-19. A descoberta foi divulgada durante o Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, que aconteceu de forma virtual no último fim de semana.

Uma análise de dados de pacientes de todo o mundo sugere que a vacina anual contra gripe reduz o risco de acidente vascular cerebral, trombose venosa profunda e sepse em pacientes infectados com o coronavírus.

Pessoas com covid-19 vacinadas contra a gripe também apresentaram menor probabilidade de comparecer ao pronto-socorro e serem admitidas na unidade de terapia intensiva (UTI).

Mais de 70 mil dados avaliados

Esse é o maior estudo desse tipo, em que foi rastreado registros eletrônicos de saúde de mais de 70 milhões de pessoas para identificar dois grupos de 37.377 pacientes.

Os dois grupos foram pareados para fatores que poderiam afetar o risco de covid-19 grave, incluindo idade, sexo, etnia, tabagismo e problemas de saúde como diabetes, obesidade e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Os membros do primeiro grupo receberam a vacina contra a gripe entre duas semanas e seis meses antes de serem diagnosticados com covid-19. Os do segundo grupo também tinham a doença, mas não foram vacinados contra a gripe.

A equipe identificou diferenças na evolução do quadro dos voluntários dos dois grupos cerca de 120 dias depois deles testarem positivo para o vírus Sars-CoV-2.

Os pacientes que não tomaram vacina se mostraram 20% mais propensos a precisar de UTI, com 58% a mais de chance de visitar a emergência hospitalar e desenvolver sepse (45% a mais), ter AVC (58% a mais) e trombose (40% a mais). O risco de morte não foi reduzido.

Não se sabe exatamente como a vacina contra a gripe fornece proteção contra covid-19, mas acredita-se que ela estimule o sistema imunológico inato – defesas “gerais” com as quais nascemos e que não são adaptadas a nenhuma doença específica.

Os cientistas, no entanto, alertam que o imunizante não deve substituir a vacina da covid-19.

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