Durante a pandemia os cuidados com a saúde precisam ser redobrados, pois além da circulação do Coronavírus, outros vírus também estão em atividade no ambiente. Um desses é o Coxsackie, da família dos enterovírus, responsável por causar uma doença muito comum na infância, principalmente em crianças de até cinco anos, popularmente chamada de ‘mão, pé e boca’. Diante disso, a Secretaria de Saúde faz um alerta, principalmente aos pais, para o cuidado com a saúde das crianças.
De acordo com a médica pediatra e diretora geral do Hospital Municipal do Valentina (HMV), referência no atendimento infantil, Darcy Luckwu, a doença é contagiosa e muito comum na transição de verão para inverno, nos meses de abril até julho. “A doença provoca sintomas semelhantes a doenças virais respiratórias, como coriza, febre, dor de garganta e o surgimento de manchas e bolhas nas mãos, nos pés e na boca, como se fossem aftas”, explica.
Assim como o Coronavírus, o contágio do Coxsackie também acontece através de gotículas expelidas através de espirro, tosse, secreções nasais. Além disso, nesse vírus, é possível a contaminação através das fezes e, na etapa das bolhas, quando em contato com o líquido liberado ao estourar as bolhas. “Para esse vírus não existe vacina, por isso é importante a prevenção com medidas simples de higiene, evitar aglomerações e o contato com crianças com os sintomas da doença”, orienta a médica.
Diagnóstico – Para diagnóstico da doença é preciso levar a criança ao médico que indicará o tratamento, que é feito em casa. Na Capital, a assistência médica para crianças é ofertada nas Unidades de Saúde da Família, Policlínicas Municipais e no Hospital do Valentina, exclusivo para atendimento infantil.
Uma das crianças que desenvolveu o vírus foi Renan, de 1 ano e 10 meses. Junto ao diagnóstico do médico, veio à orientação para o isolamento. “Na escolinha dele algumas crianças tiveram e ele acabou pegando. Os sintomas, além da falta de apetite, foram de gripe, nariz corizando, um pouco de febre e muito molinho, além das bolhas, principalmente na boca, ao redor dos lábios e bochechas, mas também nos pés. O médico diagnosticou e orientou ficarmos em casa onde realizamos todo o tratamento e em cinco dias eles já não tinha mais nada”, conta a mãe, Marília Maciel.
Em 2020, no Hospital Valentina foram registrados 16 casos da doença. Neste ano, de janeiro a maio, nove casos. A diretora do Hospital explica que o número de casos é considerado baixo uma vez que durante a pandemia, o HMV tornou-se referência para casos de Covid em crianças, recebendo menos casos de outras infecções. “Além disso, devido à pandemia, tivemos a ausência de crianças nos consultórios, pois as pessoas passaram a buscar assistência médica apenas em último caso. Por conta disso, o número de casos pode ser muito maior”, explica a médica pediatra, Darcy Luckwu.
Uso de máscara – “Para a prevenção do Coronavírus, estamos utilizando máscaras. Para crianças abaixo de dois anos, o uso da máscara não é obrigatório, e crianças um pouco maiores é preciso estimular o uso e ensinar a maneira correta. Dessa forma, além da prevenção da Covid-19, também estaremos prevenindo a infecção ‘mão, pé e boca’, de outras doenças respiratórias e pneumonias. Além disso, é extremamente necessário que os pais evitem expor as crianças à ambientes com muita gente, isso protege de inúmeras doenças, principalmente as do trato respiratório, o que é ainda mais necessário em tempos de pandemia”, reforça Dra Darcy Luckwu.
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Texto: Rebeka Paiva
Edição: Andrea Alves
Fotografia: Ivomar Gomes