Um estudo realizado pelo Imperial College de Londres descobriu que os adultos com idades entre 20 e 49 anos são os maiores disseminadores de covid-19 nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, essa faixa etária foi responsável por 72,2% da transmissão entre fevereiro e outubro do ano passado.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram dados de localização de telefones celulares cobrindo mais de 10 milhões de pessoas e informações oficiais sobre a disseminação do vírus nos EUA. A partir daí, calcularam quais faixas etárias foram as mais responsáveis pela disseminação do coronavírus.
Aquelas pessoas com idades entre 20 e 34 anos contribuíram com cerca de 35% da disseminação, mas os adultos de 35 a 49 anos foram responsáveis por uma parcela ainda maior da disseminação, 41%, segundo o estudo.
Os autores acreditam que pessoas desses grupos estão mais dispostas a se arriscarem em eventos sociais sem máscara. São elas também que se misturam com outras pessoas fora de casa com mais frequência – seja para trabalho, escola e outras interações que aumentam as transmissões.
Por outro lado, as crianças e adolescentes representaram baixa disseminação do vírus, mesmo com a reabertura das escolas nos EUA, que aconteceu em agosto.
Segundo o estudo, pessoas com idade escolar, entre 10 e 19 anos, foram responsáveis por apenas 4% da propagação do coronavírus. E apenas 2,1% das transmissões rastreadas foram relacionadas a crianças de 9 anos ou menos.
Os cientistas do Imperial College defendem que mesmo se as escolas tivessem sido mantidas fechadas durante todo o tempo no ano passado isso não teria mudado drasticamente a trajetória da pandemia nos EUA.
Estratégia para controle
O autores do estudo sugerem que a vacinação de adultos jovens e pessoas de meia-idade que causam a disseminação pode ser uma das melhores maneiras de prevenir futuros novos surtos de covid-19. Porém, a vacinação nos EUA, neste momento, está priorizando os profissionais de saúde e idosos.
Os grupos formados pelos maiores disseminadores da covid-19 provavelmente não receberão suas primeiras doses de vacina até o fim de junho, a menos que sejam trabalhadores de serviços essenciais.