A Pfizer e BioNTech vão oferecer a vacina contra a covid-19 a qualquer voluntário do ensaio clínico que tenha recebido placebo. Segundo as farmacêuticas, as doses devem ser aplicadas a partir de 1º de março.
A imunização dos participantes já estava prevista, mas ainda não havia sido divulgada uma data para o início da vacinação.
A decisão contraria pedido da FDA (Food and Drug Administration), agência sanitária dos Estados Unidos. O órgão solicitou que os voluntários permanecessem com o placebo o máximo possível para coletar mais dados de segurança e eficácia do imunizante. A vacina foi aprovada nos EUA para uso emergencial.
Em 10 de dezembro, o comitê consultivo da FDA debateu a questão. Na sessão, Steven Goodman, reitor associado de pesquisa clínica da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, argumentou que não havia razão ética para que os voluntários do grupo que recebeu placebo merecessem receber a vacina antes do público em geral.
A Pfizer e a BioNTech, no entanto, resolveram proceder com a vacinação. As farmacêuticas divulgaram a decisão no site dedicado aos participantes dos testes e através de uma carta aos pesquisadores que conduziram os estudos. Na mensagem, obtida pelo site especializado em saúde Stat, as empresas pedem que os voluntários continuem sendo testados.
Os estudos clínicos mostraram que o imunizante da Pfizer/BioNTech tem 95% de eficácia contra a covid-19. A vacina, batizada de BNT162b2, teve a mesma eficácia verificada em todas as faixas etárias, gêneros e etnias, segundo os laboratórios. Foi testada em voluntários que não haviam sido infectados pelo coronavírus e também em pessoas que já contraíram a covid-19.
