O percentual de brasileiros com mais de 20 anos considerada obesa mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira, 21.
No período, a obesidade feminina passou de 14,5% para 30,2% e se manteve acima da masculina, que subiu de 9,6% para 22,8%.
Em 2019, uma em cada quatro pessoas de 18 anos ou mais de idade estava obesa, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Desse total, 29,5% eram mulheres e 21,8%, homens.
Os dados fazem parte da segunda edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que investigou dois pontos: a prevalência da obesidade entre a população e o perfil dos que recorreram aos serviços de atenção primária em 2019 no SUS (Sistema Único de Saúde).
O IBGE usou como base o IMC (Índice de Massa Corpórea) dos entrevistados, no qual o peso em quilos é calculado em razão da altura em metros.
Por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro pesando 70 kg faria a seguinte conta para chegar ao seu IMC: 70 dividido por 1,70 = 41,17, e depois dividiria este número de novo por 1,70 e chegaria ao IMC 24,22.
Os IMCs entre 25 e 29,9 são considerados indicadores de sobrepeso, enquanto valores entre 30 e 39,9 de obesidade e, acima de 40, obesidade grave.
Excesso de peso
A pesquisa do IBGE também revelou qual o percentual da população que não é considerada obesa, mas que tem sobrepeso ou excesso de peso.
No ano passado, 60,3% da população de 18 anos ou mais de idade estavam com excesso de peso –o que corresponde a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.
O excesso de peso também foi verificado em 19,4% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, o que corresponde a um total estimado em 1,8 milhão de pessoas, sendo 22,9% de moças e 16% dos rapazes. A obesidade atingia 6,7% dos adolescentes: 8% no sexo feminino e 5,4 % no sexo masculino.
Para a responsável pela pesquisa, a analista Flávia Vinhaes, as causas para o excesso de peso e a obesidade são a baixa qualidade da alimentação do brasileiro e a escassez de atividades físicas.
“Faltam políticas públicas estruturadas de combate à obesidade e ao excesso de peso, como o incentivo à ingestão de alimentos saudáveis e à prática esportiva”, indica.
Déficit de peso
Segundo o IBGE, a prevalência de déficit de peso em adultos com 18 ou mais anos de idade foi de 1,6%, (1,7% para homens e 1,5% para mulheres), ficando, portanto, bem abaixo do limite de 5% fixado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como indicativo de exposição da população adulta à desnutrição.