“O CFF não recomenda a procura por este medicamento nas farmácias, tampouco o seu uso que não seja sob indicação e supervisão especializada em cuidados intensivos”
Esta semana cientistas britânicos divulgaram informações sobre resultados considerados positivos no manejo da substância dexametasona em pacientes com Covid-19. O fármaco está sendo aplicado em caráter de teste no sistema de saúde do Reino Unido, em um estudo denominado Recovery que busca auxiliar na certificação quanto à eficácia da droga.
O anúncio foi considerado satisfatório pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo considerando que os resultados ainda são preliminares, pelo fato de demonstrar capacidade de reduzir óbitos em pacientes graves da Covid-19.
Os resultados positivos referem-se apenas a pacientes graves e sob suporte respiratório, não havendo benefício aparente entre pacientes leves e moderados de Covid-19. Portanto, neste momento, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) não recomenda a procura por este medicamento nas farmácias, tampouco o seu uso que não seja sob indicação e supervisão especializada em cuidados intensivos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária salienta que para a inclusão da eficiência contra o coronavírus na bula do fármaco, é necessário que seja legitimado por estudos desenvolvidos por laboratórios farmacêuticos. “Atualmente, existe um estudo aprovado e em desenvolvimento no Brasil para o uso de dexametasona no tratamento de Covid-19. O tempo para o desenvolvimento desses estudos depende do patrocinador da pesquisa e das instituições de pesquisa envolvidas”, afirmou Anvisa em nota.
Dexametasona
O esteroide dexametasona passou a ser utilizado a partir da década de 1960 para reduzir diversas condições como inflamações, distúrbios inflamatórios e alguns tipos de câncer. Em 1977, a droga entrou na lista de medicações essenciais da OMS em distintas formulações, a substância está disponível na grande maioria dos países e não está submetida a patentes.