A doutora Su Metcalfe, cientista e pesquisadora da prestigiada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, dedicou boa parte da sua vida ao estudo da esclerose múltipla, e agora, está a um passo de desenvolver sua cura.

Metcalfe descobriu que uma mudança dentro das células imunológicas do organismo pode ‘reinicializá-las’, fazendo-as retornaram à sua atividade convencional e sadia.

“Não estamos usando nenhuma droga, estamos simplesmente ligando os próprios sistemas do corpo de auto-tolerância e reparo”, disse Metcalfe ao portal Cambridgeshire Live.

Não há efeitos colaterais. A auto-imunidade acontece quando a balança está um pouco errada e nós simplesmente redefinimos isso. Uma vez feito isso, ele se torna autossustentável e você não precisa continuar dando terapia, porque o corpo tem seu equilíbrio de volta.”

Cura para a esclerose múltipla

Segundo a pesquisadora, um dos principais elementos da pesquisa pré-clínica envolve o fator inibidor da leucemia (LIF): uma pequena proteína sinalizadora que age nas células-tronco do corpo.

“O [LIF] é capaz de ativar essas células, para substituir as células danificadas durante o reparo do tecido – por exemplo, o reparo de um músculo rasgado”, diz.

“Outro papel importante do LIF é manter um sistema nervoso central saudável, protegendo os nervos e mantendo a mielina.”

Há cinco anos, Su fundou a empresa Cambridge LIF-NanoRx, visando aprofundar e proteger sua pesquisa. Sua ideia era guiar uma dose medida das minúsculas partículas especializadas até os nervos danificados e repará-los.

Caminho até as nanopartículas

Entretanto, ao guiar a dose e implantar as partículas LIF como um agente terapêutico, ela descobriu que o corpo quebrou o LIF apenas 20 minutos após a colocação.

“Eles são tão minúsculos que a área da superfície é muito maior do que a massa. Seu tamanho e propriedades especiais os tornam especialmente adequados para administrar terapias no interior das células.”

Utilizando o mesmo tipo de material que os pontos de dissolução, Su Metcalfe conseguiu produzir nanopartículas, combinando-as com a proteína LIF de modo a prolongar a vida útil do agente de reparo no corpo – e até agora, seu teste foi muito bem-sucedido.

Agora, o LIF tem tempo suficiente para alcançar as áreas danificadas e as nanopartículas acabam se dissolvendo dentro do corpo, deixando apenas dióxido de carbono e água.

Reversão da doença

Em outras palavras, o tratamento “duplo golpe” de Metcalfe pode reverter a autoimunidade, ao mesmo tempo em que repara o dano que a esclerose causou no cérebro de um paciente.

Apesar dos esforços da Dra. Metcalfe tenham sido focados apenas na esclerose múltipla, ela espera ‘ajustar’ essas descobertas para fazer o mesmo com a psoríase e o diabetes – e se ela puder desenvolver a técnica para passar pela barreira hematoencefálica, ela poderia inclusive ser usada para curar a demência.

A depender do interesse das empresas farmacêuticas e dos investidores privados pelo financiamento, os testes em humanos podem começar em 2020.

 

Fonte: GNN/Fotos: Reprodução/Cambridge University

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