Neste domingo (14), é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, doença que tem consequências graves, podendo até levar a morte. Para buscar o tratamento e também orientações preventivas sobre a doença, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, alerta que a população pode buscar atendimento nas unidades de saúde da família (USF).
Ana de Lourdes de Oliveira, coordenadora de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde, explica que o diabetes é uma doença que pode ser classificada de diversas formas. Os principais tipos são: tipo I – que tem sua origem de ordem genética e hereditária; o tipo II – adquirido a partir de maus hábitos alimentares e ao sedentarismo do indivíduo; e o tipo gestacional, que se desenvolve durante a gravidez.
Para todos esses tipos, existe tratamento na rede municipal de saúde de João Pessoa. “Como porta de entrada do sistema, temos a Atenção Básica com mais de 200 equipes, que oferecem diagnóstico, tratamento e acompanhamento, promovendo assim um melhor prognóstico e qualidade de vida ao usuário. Além das USF’s, temos os serviços de referência para os quais os pacientes são regulados pelo SUS”, afirmou Ana de Lourdes de Oliveira.
Prevenção – Os cuidados preventivos devem ser reforçados para pessoas que tenham histórico familiar, sejam sedentárias, obesas, hipertensas e tenham mais de 45 anos. “A prática diária de atividades físicas, alimentação balanceada, perda de peso (no caso dos pacientes obesos), além do uso de medicações, em alguns casos, são as principais indicações para prevenir o diabetes, além de evitar o uso de tabaco e realizar exames de rotina anualmente”, orienta Kaline Vilar, médica endocrinologista que atende pacientes diabéticos na Policlínica de Jaguaribe.
Segundo ela, a prevenção é importante porque a doença é quase assintomática. Quando não diagnosticado e tratado, o diabetes pode evoluir com complicações. “Cerca de 25% dos pré-diabéticos irão progredir para o diabetes em 3 a 5 anos, se nenhuma modificação do estilo de vida for feita”, alertou.
A professora Joana Mércia, de 53 anos, descobriu a doença há três anos num exame de rotina. Sua glicose apresentou uma alteração e deu 280. “Passei a fazer tratamento com comprimidos e uma dieta rígida. O meu caso apresenta alterações de fundo emocional. Consigo ter uma vida praticamente normal, mas busco me conscientizar da importância de ter disciplina com o tratamento, minha dieta e atividade física constante, porque o diabetes é uma doença silenciosa e pode levar até a morte”, disse.
Sintomas – A população deve estar atenta a alguns sintomas que podem indicar a presença da doença, como fome frequente, sede intensa, desânimo, fraqueza, sonolência, tontura, perda de peso, urina em excesso, dificuldade na cicatrização de feridas e infecções constantes. “É importante a avaliação médica levando em conta que o tratamento será individualizado de acordo com o perfil do paciente, os sintomas e o tipo do diabetes”, orienta Kaline Vilar.
Foi o que ocorreu com a aposentada Enilda Matias Lopes, 73 anos, que há 30 anos convive com a doença. “Senti a boca seca, passei a tomar muita água e urinar com mais frequência. Na época, eu trabalhava como assistente de enfermagem e meu chefe desconfiou e me encaminhou para fazer o teste. Deu 392 de glicemia, quando o normal é abaixo de 100”, disse. Enilda tem histórico familiar materno e paterno. Já teve diversas complicações em decorrência da doença. O mais recente foi um acidente vascular cerebral, em dezembro do ano passado.
Complicações – Além do AVC, uma série de complicações pode surgir caso o diabetes não seja tratado adequadamente, como problemas neurológicos, na visão, nos rins, nos pés e nas pernas, além de infarto do miocárdio. São comuns lesões e complicações na região dos pés, como dor, tumor plantar ou febre, devido problemas circulatórios e dificuldade no processo de cicatrização.
Pé Diabético – A Policlínica de Jaguaribe criou o Centro de Referência para tratamento do Pé Diabético, que atende aproximadamente 20 pessoas por dia, encaminhadas pelas unidades de saúde da família da Capital. A prevenção é importante porque as complicações podem evoluir para amputação, internação e óbito.
Atendimento – Caso a pessoa sinta alguns desses sintomas, tenha casos de diabetes na família ou queira fazer testes de glicemia, deve buscar atendimento na USF mais próxima de sua residência, onde vai receber orientação e os encaminhamentos adequados. Deve levar os documentos de identidade, CPF, cartão SUS e comprovante de residência – de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 17h.
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Texto: Ângela Costa
Edição: Felipe Silveira
Fotografia: Dayse Euzébio