A farmacêutica Pfizer pediu nesta sexta-feira, 20, à agência americana que controla medicamentos (FDA, na sigla em inglês), autorização de uso de emergência para sua vacina contra covid-19, desenvolvida em parceria com a alemã BioNTech.
A expectativa é que a FDA conceda a autorização até meados de dezembro. A Pfizer disse crer que terá 50 milhões de doses da vacina prontas neste ano, o suficiente para proteger 25 milhões de pessoas.
O pedido de autorização de uso de emergência da vacina ocorre na semana em que revelaram que o imunizante mostrou eficácia de aproximadamente 95% em testes clínicos.
Ao todo, 43 mil pessoas participaram dos testes clínicos. Dessas, 162 tiveram covid-19 no grupo do placebo, aqueles que receberam apenas uma substância sem efeito, contra 8 entre aquelas que receberam as duas doses programadas da vacina.
Ainda que poucas pessoas que tomaram a vacina tiveram a covid-19, nenhuma teve a forma grave da doença.
A eficácia, que foi medida 7 dias após a segunda dose, foi a mesma em diferentes raças e etnias. Ainda de acordo com o relatório, o estudo não registrou efeito colateral grave em nenhum voluntário.
A farmacêutica americana foi a primeira a concluir com sucesso a fase três de testes, a mais ampla e extensa de todo o estudo clínico.
O pedido acontece em mais um momento delicado no combate a pandemia nos Estados Unidos. O país registrou ontem novo recorde de infecções diárias, com mais de 185 mil casos em apenas 24h.
Os EUA soma desde o início da pandemia 11 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 250 mil óbitos.
Aquisição da vacina da Pfizer pelo Brasil
O Brasil ainda não possui acordo para a compra da vacina da Pfizer, porém, na última terça-feira, 17, o Ministério da Saúde informou que isso deve ocorrer à medida que os ensaios clínicos apontarem “total eficácia e segurança” e após o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, as negociações com o governo brasileiro podem possibilitar a chegada da vacina ao país no primeiro trimestre do ano que vem.
Por enquanto, o governo brasileiro tem acordo bilionário para a aquisição da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com o laboratório AstraZeneca. Além da compra de lotes do imunizante, o acordo também prevê futura transferência de tecnologia para produção nacional pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).