A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela empresa farmacêutica AstraZeneca é segura e induziu uma resposta imune, segundo resultados preliminares divulgados nesta segunda-feira (20/07).
De acordo com pesquisadores, testes em 1.077 pessoas com idades entre 18 e 55 anos mostraram que a vacina foi capaz de estimular a produção de anticorpos e células T (células do sistema imunológico que destroem outras células contaminadas por vírus ou bactérias).
Os resultados abordam as duas primeiras fases de testes. A terceira fase de estudos clínicos, mais ampla e que inclui testes em 50 mil pessoas, ainda está em andamento.
Essa terceira etapa, a última antes do registro, deve determinar se a vacina é realmente eficaz. Ela inclui testes em 5 mil voluntários brasileiros e está sendo feita em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Ainda há muito trabalho a ser feito antes que possamos confirmar se nossa vacina ajudar a combater a pandemia de covid-19, mas esses resultados iniciais são promissores”, disse Sarah Gilbert, uma das desenvolvedoras da vacina.
“Ainda não sabemos quão forte é a resposta imune que precisamos provocar para uma proteção eficaz contra a infecção por Sars-CoV-2 “, completou.
De acordo com os resultados preliminares, publicados na revista científica The Lancet, o efeito autoimune da vacina, chamada AZD1222, deve ser reforçado de maneira mais efetiva com uma segunda dose da vacina, segundo observações em subgrupo de dez participantes.
O estímulo à produção de células T nos voluntários foi observado 14 dias após a aplicação da primeira dose. Já os anticorpos (que neutralizam o vírus) foram observados 28 dias após a aplicação.
Os efeitos colaterais observados foram brandos, consistindo na maior parte em fadiga e dor de cabeça. A análise aponta que os sintomas foram, em grande parte, suavizados com o uso de paracetamol.
Outra vacina contra a covid-19, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, também está sendo testada no Brasil, em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo do estado de São Paulo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no total, existem no mundo 160 iniciativas para desenvolver uma vacina contra a doença causada pelo novo coronavírus.
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