Um relatório do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mapeou os estoques de medicamentos em unidades de saúde dos estados e apontou situação de desabastecimento de alguns produtos e risco de falta de outros nos próximos dias.
O levantamento teve como foco remédios usados em unidades de terapia intensiva (UTIs), estruturas fundamentais para atendimento a pacientes, especialmente no cenário em que a demanda aumenta com vários leitos sendo ocupados por pacientes que evoluíram para quadros graves de covid-19.
Entre os medicamentos objeto da análise estão sedativos, anestésicos, bloqueadores neuromusculares e substâncias utilizadas na sedação e entubação de pacientes. As unidades verificadas são aquelas listadas nos planos de contingência de cada estado, podendo ser tanto públicas quanto privadas.
O estado de Mato Grosso foi o que apresentou mais itens em falta (13), seguido por Ceará e Maranhão (12), Amapá e Tocantins (11), Rio Grande do Norte (10), Roraima, Amazonas e Bahia (9) e Pernambuco (8). Os estados completamente abastecidos são Alagoas, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Santa Catarina e Sergipe.
No caso de Mato Grosso, além dos 13 medicamentos indisponíveis nos estoques, nove só serão suficientes para atendimento da demanda prevista para os próximos cinco dias. Em Pernambuco, oito remédios estão em falta e nove devem acabar na semana que vem.
São Paulo, estado que tem a maior população do país e epicentro da pandemia de covid-19, tem apenas um item indisponível, mas há 14 medicamentos cujo estoque deve durar apenas cinco dias.
Perguntados sobre as dificuldades de abastecimento dos estados, representantes do Ministério da Saúde informaram, em entrevista coletiva hoje (27), em Brasília, que vão se pronunciar em nova entrevista no início da próxima semana.